Pedras no jardim

Design Paisagístico no Japão: Tradição e Modernidade

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Texto: Alena Anikst

Foto: - (c) Michael Freeman

Jornal: N5 (83) 2004

Por muito tempo a tradição japonesa prefere barulhenta a declarativa - não dita, brilho - reflexo Os jardins modernos mais incríveis e incomuns do mundo, como o Jardim de Vidro e Água ou o Jardim com uma árvore, estão localizados no Japão e são criados pelos principais designers e arquitetos do país. Surpreendentemente, ao desenvolver um novo estilo, os jardineiros japoneses usam tradições seculares. A história dos jardins japoneses remonta a mais de mil anos. Já no século XI, foi publicado um guia para a cultura de paisagismo - "Sakuteiki". Acredita-se que os primeiros jardins apareceram em mosteiros xintoístas. Passando a vida em silêncio e solidão entre a oração e a contemplação da natureza, os talentosos monges chegaram à lei da localização de lagoas e montes, repetindo o mar e as montanhas. O poder sagrado do selvagem (kami) foi representado por pedras individuais (iwakura). Um visitante de um jardim xintoísta entrou em contato com o Divino e experimentou sentimentos semelhantes aos de um europeu em um templo cristão. Nos séculos XIV-XV, surgiu o famoso karensuy (paisagem seca) - o estilo dos templos budistas, expressando a severidade e austeridade da filosofia zen. Para muitos europeus, a ideia do minimalismo zen está associada ao design moderno, mas na cultura japonesa também inclui cerimônias do chá, o teatro noo, pintura de tinta preta magistral, caligrafia requintada e jardins simbólicos únicos. Para um monge budista, criar um jardim é um caminho, aprendizado, limpeza. Existe o conceito de "ishidateso" - colocar pedras por um padre. As pedras são um elemento essencial para compreendê-las, é preciso aprender a ler sua alma, porque as pedras têm suas próprias vidas, como animais e plantas. Jardim zen deve ter que contemplar, para causar uma sensação de resposta emocional. O princípio básico de composição da incerteza, o equilíbrio harmonioso de todos os elementos, no qual há liberdade, ordem, movimento e paz. Projetar um jardim Zen moderno é uma tentativa de alcançar a expressão máxima da essência com meios mínimos. Este princípio foi brilhantemente demonstrado pelo designer Shanmayo Masumo em um novo jardim para um hotel em Tóquio. O principal problema foi criar uma atmosfera da natureza no meio da cidade, que é propício para pensar sozinho. No século 15 no Japão, beber chá se transformou em uma cerimônia ritual em uma casa especial. Pedras aparecem no jardim para atravessar o riacho, um vaso para lavar as mãos e lanternas iluminando os caminhos. Por exemplo, o arquiteto Kisho Kurokawa, autor do Museu de Arte Moderna de Hiroshima, construiu um jardim de chá no telhado de uma casa no centro de Tóquio. Sentado em um apartamento moderno para uma xícara de chá, uma pessoa admira o jardim clássico com um caminho de pedra. Árvores exuberantes no fundo de edifícios altos parecem um oásis maravilhoso. "Quando você copia o jardim de um famoso mestre do passado, não perca de vista os desejos do anfitrião, mas reproduza ao seu próprio gosto", aconselhou Tatibana no Tositsuna, autor de Sakuteiki, no século XI.

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